o martelo

o martelo é um livro sobre violência e sexualidade feminina, narrado por uma narradora sem nome, com um antagonista (o príncipe) e um herói ambivalente (Humboldt). O livro é dividido em duas partes: na primeira, a narradora descreve sua experiência pós-estupro dentro de instituições públicas e instâncias burocráticas; na segunda parte, ela descreve sua experiência como mulher casada e adúltera, traçando paralelos questionáveis e suspeitos entre marido e amante, e entre estupro e sexo consensual.

A divisão do livro é inspirada em Constantino, o Grande, primeiro imperador romano cristão, que criou a lei que estabelecia que estupro e adultério eram crimes semelhantes, cometidos apenas pela mulher, por ela não ter cuidado do próprio corpo – que era, na época, propriedade do marido ou pai.

o martelo foi publicado pela primeira vez em pequena edição em Lisboa, no final de 2016, pela editora Douda Correria, com 28 poemas e ilustrações de Xuehka. A primeira edição brasileira foi publicada no Rio de Janeiro pelas edições Garupa, em janeiro de 2017, em versão estendida, com 29 poemas e posfácio da jornalista Carol Almeida. Uma segunda edição portuguesa, lançada em 2018 pela Douda Correria, inclui os poemas que ficaram de fora da versão brasileira, com total de 32 poemas.

Em 2018, o livro ganhou o Prêmio Rio de Literatura na categoria poesia. Foi publicado nos anos seguintes na Argentina (Mandacaru Editorial, trad. de Diana Klinger e posfácio de Gabriela Bejerman); EUA (Commune Editions, trad. Chris Daniels); Reino Unido (Poetry Translation Centre, trad. Francisco Vilhena e Rachel Long, posfácio de Emily Critchley); Grécia (Teflon, trad. Peter Constantine e Spyros Pratilas, com posfácio de Charlotte Tießen e Joel Scott) e Alemanha (materialien, trad. e posfaciado por Christiane Quandt).

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primeira edição brasileira (rio de janeiro: garupa, 2017) photo: santarosa barreto

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segunda edição portuguesa (lisboa: douda correria, 2018)

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edição no Reino Unido (Londres: Poetry Translation Centre, 2019)

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edição norte-americana (são francisco: commune editions, 2019)

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edição alemã (Munique: Materialien, 2019)

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edição grega (atenas: TEFLON, 2020)

edição argentina (buenos aires: mandacaru, 2021)

algumas resenhas:
. un objeto que aprieta el lenguaje. reseña sobre «el martillo» (2021) de adelaide ivánova, por Lina Gabriela Cortés para revista Transas.
. A Representação do estado patriarcal no livro O Martelo de Adelaide Ivánova, por Manuelle Bezerra de Melo para revista Opiniães.
. Η ποίηση έχει τη δυνατότητα να δημιουργεί και να καταστρέφει, por Yannis Kontos para Poli-K.
. “hammer on”, por Annie Fan para MPT – Modern Poetry in Translation.
. “the lyric me, too”, por Mia You para Public Books.
. “the hammer by adelaide ivánova”, por Laura Jaramillo para Poetry Project #261.
. “letters from Latin America”, no jornal britânico Morning Star.
. “the hammer and other poems”, por Afric McGlinchey para Sabotage Reviews.
. untitled, por Charlotte Thießen & Joel Scott para artiCHOKE magazine.
. “o testemunho em o martelo”, por Taís Bravo para revista Odara.
. “violáceo, vermelho-sangue”, por Gustavo Silveira para Escamandro.
. “o triunfo da porrada”, por Mateus Baldi para Resenha de Bolso.
. “todos os martelos o martelo”, por Rafael Zacca para Revista Pessoa.



o martelo from adelaide ivánova on Vimeo.


ENG

o martelo is a book about violence and female sexuality, narrated by a nameless female voice, with an antagonist (the prince) and a ambivalent hero (Humboldt). The book is thus divided in two parts – in the first one, the nameless woman describes her post-rape experience within public institutions and bureaucratic instances; in the second part, she describes her experience as both married and adulterous woman, making questionable, suspicious parallels between husband and lover, and between rape and consensual sex. The division of the book is inspired by Constantine the Great, the first Christian Roman emperor, who created a law establishing that rape and adultery were similar crimes, committed only by the woman, for her being unable to take care of her husband’s property (i.e. her body).

o martelo was first published in a small edition in Lisbon, in late 2016, by douda correria, with 28 poems and illustrations by xuehka. The first brazilian edition was published in Rio de Janeiro by edições garupa, in January 2017 (134 days after the coup in Brazil), as an extended version, with 29 poems and afterword by journalist and activist Carol Almeida.